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O grande fio de 2020

Neste 2020 provei isso de reunir todos os livros, séries, jogos etc. que ía consumindo, canda a minha opinião. Spoiler: parei à metade do ano 🤷. Mas aqui queda o opinado.


LIVRO: El último deseo [2002] (Andrzej Sapkowski, tradução de José María Faraldo)

Na primeira introdução ao mundo de Geralt de Rívia as personagens fazem-se algo estereotípicas, mas é muito prometedora. Não ocorre nada realmente inesperado mas queres saber mais da ambientação.

Capa em castelão do livro El Último Deseo.

FILME: The Iron Giant [1999]

Muito sentira falar desta obrinha de animação. Pois a sua fama é bem merecida. Surpreenderam-me os detalhinhos que tem, que redondeam uma história simples, mas profunda, que não se prolonga sem necessidade. Perfeita.

O Iron Giant fazendo acenos.

FILME: Kingsman 2: The Golden Circle [2017]

Como a primeira, oferece uma cuidada mistura de ação espectacular e comédia irreverente; aliás, não me convenceu o percurso do argumento e de certas personagens, e isso estraga-me um pouco o resultado.

Taron Eggerton em Kingsman dizendo "Whatever".

FILME: Dhadak [2018]

Começa semelhando ser a típica história de Bollywood de dois namorados que se amam mais não podem estar juntos, porém, logo descobres que o filme tem muito, muito mais que dizer. Surpreendido e encantado de tê-lo visto.

Gif do filme Dhadak: a moça da-lhe um beijo ao moço.

LIVRO: As Crónicas de Gáidil [2007]

O primeiro jogo de rol em galego! A mecánica, mesmo sem ter muito numeralho, faz-se-me um chisco enleada; mas é o worldbuilding o que é um trabalho formidável (mitologia celta + territorio galego) e só por isso merece olhar-se bem. Referência.

Desenho da capa das Crónicas de Gáidil.

SÉRIE: El Vecino [2019]

A premissa não che é nada nova, pero esta é uma história que engancha pelas personagens. E eu gostei delas, assim que segui vendo mesmo se nalguns capítulos não acontecia muito. Tá ok.

Quim Gutiérrez dizendo "¡ostia, qué buenísimo!".

JOGO: Forbidden Desert [2013]

Um jogo realmente salientável pelo evocativas que são as mecânicas: jogar sente-se realmente como estares num deserto, com uma tormenta a mover-se e encher tudo de areia, enquanto passas sede e bules por encontrar o artefacto e marchar correndo.

Mesa disposta durante uma partida de Forbidden Desert.

FILME: Ex Machina [2014]

Obra mestra. Ritmo muito bem levado, actuações espectaculares e trata de um tema ‘intelectual’ mais não se faz tediosa. Tardei de mais en vê-la, não façais o mesmo.

Oscar Isaacs assentindo em Ex Machina.

SÉRIE: The Good Place [2016]

Nunca pensara que se podia fazer uma comédia sobre filosofia que reflexiona ao tempo que entretem. Adoro como o guião sempre explora «e depois que» e não tem medo a avanzar o argumento. Das minhas indispensáveis dos últimos anos.

Kristen Bell sorrindo em The Good Place.

SÉRIE: BoJack Horseman [2014]

Fã absoluto, sólida de princípio a fim. Adorei o seu realismo dessa mistura de complexidades que é ser pessoa e do escuro que é cometer erros e fazer dano a quem tens perto de ti. E, aliás, enquanto explora todo isso é quem de fazer-te rir a cachão.

BoJack Horseman mirando ao céu na sua série.

FILME: Birds of Prey (and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn) [2020]

Fui sem expectativas. Saí pensando que pode ser dos melhores filmes de “super-heróis” que tenha visto:

  • faz uma muito necessária vindicação e profundidade da personagem de Harley
  • faz um alegato feminista a varios níveis com muito bom gosto e naturalidade
  • faz uma fantástica trama mafiosa entrecruzada sem super poderes

Ainda mais: as cenas de acção são formosas, bem coreografadas, coloridas e creativas, prestam de ver um mundo. Buf, há tanto bem feito que não dou feito a contá-lo tudo na minha surpresa, juro-vos que não esperava esta qualidade. Cuidadíssimos os detalhes, entretida, personagens com carisma. Se estáveis a duvidar, dai-lhe uma oportunidade já!

Harley Quinn fazendo um gesto de ledícia.

JOGO: Gloom [2004]

Típico jogo de foder os recursos alheios e potenciar os teus. Aquí fazes trágicas as vidas das tuas personagens e ledas as dos outros para ganhares. Contando uma história com cada jogada faz-se mais divertido. As cartas transparentes são curiosas. Tá ok.

Algumas das cartas do Gloom.

FILME: Dagon [2001]

Lovecraft numa aldeia da costa galega? Ideia prometedora. Mas o filme é ruim, tem mau ritmo e um ar chato. Mesmo sendo série B não é engraçado nem entretido de ver. Pelo menos dura apenas 94 minutos. Se quiserdes sofrer, pode-se alugar em Filmin por 1,95€.

O protagonista de Dagon conduzindo baixo a chuvia.

JOGO: Ticket to Ride: Europe [2005]

É o único Ticket to Ride que tenho jogado até o de agora e gosto muito. Jogadores de todos os níveis e experiências são quem de jogar e passá-lo bem mas, ao tempo, tem estratégia e aleatoriedade abondo para não ser aborrecido e repetitivo.

Mesa tras uma partida ao Ticket To Ride Europe.

ÁLBUM: Miss Anthropocene [2020] (Grimes)

É das minhas artistas preferidas e com cada single que saía, tardava-me mais en chegar o álbum completo. Pagou a pena: é um disco cheio de canções estelares em música, letra e mensagem e desbordante de talento. Quero ouvi-lo ao vivo já.

Grimes e HANA no vídeo de We Appreciate Power.

JOGO: Root [2018]

Aviso: a primeira vez que lês as regras ficas assustado, pero uma vez começas não é tão complexo. Ainda não sei se merece tantíssima fama como tem pero sim sei que quero jogá-lo mais. A minha facção favorita, as aves. Encanta-me o do decreto. Super flavorful.

Mesa durante uma partida de Root.

LIVRO: O Retorno [2011] (Dulce Maria Cardoso)

Lê-se fácil e passa voando. O estilo é de vaziar os pensamentos na página e para mim funcionou muito bem. Ademais, agradeci saber de temas que aconteceram não há tanto tão perto do meu contexto sem eu saber. Uma leitura interessante.

Capa d'O retorno, de Dulce Maria Cardoso.

SÉRIE: Fleabag [2016]

Tem momentos verdadeiramente geniais. Ri muito. O pior é o curta que é (12 episódios). Apaixonei da protagonista e senti mágoa de não poder seguir vendo as suas aventuras. Quero mais 🙁

Fleabag fazendo um brinde à cámara.

FILME: Suburbicon [2017]

Tive a sensação de que o guião estivesse sem terminar. Que ainda lhe faltavam um par de passadas de revisão: há coisas que sobram, outras que mereciam mais tempo. Um chisco previssíbel, também. Muito normalinha.

Matt Damon estressado em Suburbicon.

SÉRIE: Next in Fashion [2020]

Concurso de alfaiates/desenhadores: em cada entrega as equipas fazem fatos e vestidos e vão-se eliminando segunda a decisão de um júri. É entretido, não faz mal a ninguém e aprendes coisinhas. Deixa-se ver bem.

Alguns dos participantes na primeira tempada de Next in Fashion.

FILME: Little Fockers [2010]

Comecei vê-la por poder dizer que vira a trilogia inteira, pero á metade já me decatara que não me estava a rir muito. Previsível, repite muitos tópicos e situações. Podes passar sem ela.

Robert de Niro em Little Fockers.

FILME: A viagem de Chihiro (千と千尋の神隠し) [2001]

Vi-a de adolescente. Não gostei. Vi-a agora de adulto. Sigo sem gostar. Posso conceder que em geral é bonita… mas não lhe vejo jeito nem significado. Em resumo: não a entendo e acho que nunca a entenderei. Demasiada metáfora.

Chihiro viajando em um trem.

SÉRIE: Élite (T03) [2020]

Se Élite tivesse parado após uma temporada, agora seria de culto. O arco desta T03 estivo bem, mas tem muito recheio. Embora tudo, confeso que ainda me entretem. Isso sim: as personagens tornam todas cada vez mais insuportáveis… agás Lucrecia <3

Lucrecia de Élite fazendo pistolinhas com as mãos.

JOGO: Can’t Stop [1980]

Muito simples mais muito estratégico! Lança os dados e agrupa-os para escolher que colunas avanças. Repete enquanto quiseres: quando não puderes avançar, perderás o progresso dessa ronda. Percorre tres colunas antes que os outros para ganhares. Adorei!

Imagem durante uma partida de Can't Stop.

FILME: El hoyo [2019]

Tem um par de cenas que, sem ser muito explícitas, não levei nada bem o que dam a entender (por gore). Mas o conceito é muito interessante e filosófico. De feito, parara por mor dessas cenas, fui ler o argumento inteiro à Wikipedia e, fascinado, voltei a terminar de vê-la (sem sufrir muito). É como Cube pero con mais mensagem. Se pensas que podes gostar, dá-lhe uma oportunidade.

Uma personagem de El hoyo comendo muito.

SÉRIE: Jane the Virgin [2014]

Destas séries cheias de felicidade e gente que te cai bem (o que não quer dizer sem conflito nem tragédia). E muito, muito innovadora no narrativo e no visual. Que é uma telenovela? Pois… é, suponho. Mas não se sente tanto como tal. Adorei.

Imagem promocional de Jane the Virgin.

FILME: Birdman [2014]

Realmente já a vira na altura, mas volvi vê-la e, olha, gostei mais se calhar que a primeira vez. Original, muito bem feita, entretida, com um ritmo bem levado e umas actuações tremendas por parte de todos.

Edward Norton berrando-lhe a Michael Keaton em Birdman.

JOGO: Pasión de las Pasiones (quickstart) [2020]

Um PbtA de telenovelas, com movimentos tipo declarar o teu amor ou revelar verdades inesperadas, e cartilhas como a Empregada, o Cavaleiro, o Gémeo… Se os jogadores forem até o fondo cos tropos e clichês, funciona extraordinário!

Betty la Fea.

FILME: Marie Antoinette [2006]

Eu não gosto dos filmes de época, mas este é outra coisa. É uma espécie de versão moderna dos filmes históricos: bom ritmo, estilo visual inovador, até usa música atual em vez da contemporânea! Uma visão distinta da personagem da que gozei muito.

Kirsten Dunst como Marie Antoinette em uma cama.

FILME: The Virgin Suicides [1999]

Vou quedar fatal mas pareceu-me aborrecidíssima. Todo o filme a esperar que acontecesse algo inesperado mas não acontece nada. Bem poderia ser uma curta de dez minutos.

As moças protagonistas de The Virgin Suicides.

FILME: Victoria [2015]

Custou-me crê-la porque a protagonista comporta-se como se fosse parva e os acontecimentos viram inverosímeis. Isso sim, gravá-la toda seguida numa soa toma de duas horas e meia é realmente impressionante.

Imagens das personagens de Victoria.

SÉRIE: La Casa de Papel (T04) [2020]

Alguma das personagens não se comportou como acho que se teriam que ter comportado e, mesmo se houve cousas interessantes, em geral cansei das suas andainas. Tomara que acabasse aqui já.

Palermo dizendo "Boom boom ciao".

SÉRIE: The Witcher (T01) [2019]

Pois… superestimada. Ou seja, tá bem, mas esperava algo melhor. Senti falta de mais aventuras na que se visse a Geralt a fazer uso do seu engenho (apózemas, conhecimentos, signos e runas…) que não da sua espada. E mais Jaskier, isso também.

Geralt de Rívia caminhando anojado.

DOCUMENTÁRIO: Behind the Curve [2018]

Tá bem, mas esperava algo mais de conteúdo sobre a crença vs a ciência… a focagem centra-se numa visão humanizadora dos terra-planistas e assim é que o mais interessante acabou por ser a subtrama amorosa.

Movimento dos astros na teoria da terra plana.

FILME: Booksmart [2019]

É a sucessora espiritual de Superbad, pero à vez é muito menos exagerada, mais real. Nota-se moderna, feita em 2020, e que protagonistas, guionistas e directora são todas mulheres: a visão sente-se refrescante.

As protagonistas de Booksmart bailando.

SÉRIE: Mr. Robot [2015]

Tanto hype com o que me falavam dela, e meh. Vi apenas um feixe de episódios mas já tenho claro que não me importo nadinha do que lhes aconteça a nenhuma das personagens. Por mim como se morrem todas numa bomba nuclear. Next.

Mr. Robot com a mirada perdida.

FILME: Perfect Blue [1997]

Alguma boa ideia (quem es tu realmente? paga a pena renunciarmos aos sonhos?) mal executada e muito enleada. Quedei dormido varias vezes.

A protagonista de Perfect Blue olhando pola janela do trem.

SÉRIE: The Boys (T01) [2019]

Interessante e entretida. Não é que seja a primeira vez que se vejam super-heróis malvados, mas está bem feita, é consistente com o seu contexto estadounidense até as últimas consequências e não tem medo a ir onde tem que ir. Agradável surpresa.

Homelander dizendo "Perfect" várias vezes.

DOCUMENTÁRIO: The Pervert’s Guide to Ideology [2012]

Eu gosto de Žižek, mas esta é uma oportunidade bem perdida. Não tem estrutura nem fio claros, passa o filme inteiro a esbardalhar sem rumo. As referências culturais não são quem de sustentar o interesse. Nem o rematei de ver.

Slavoj Žižek dizendo "I already am eating from the trash can all the time".

LIVRO: Blades in the Dark [2017]

Como Gáidil, etiqueto-o como livro porque ainda não pude jogar. Mas tem toda a traza de poder chegar ser o meu sistema de referência para campanhas longas. Estruturado, evocativo e mália ter muitas peças, todas se gerem com o mesmo sistema: perfeito.

Figura capelada da capa de Blades in the Dark.

WEBCÓMIC: Mare Internum [2015] (Der-shing Helmer)

Ideias prometedoras sobre trastornos mentais e preservação do ser, mas não me foi fácil seguir algumas coisas e há demasiados primeiros planos onde não se distinguem as personagens da paisagem.

Alguns quadrinhos do webcómic Mare Internum.

PODCAST: Las Escritoras de Urras [2019]

Chamou-me muito a ideia: episódios curtos onde leem um relato duma autora e o comentam brevemente. Com certeza, dalguns relatos gostarás mais do que outros; mas em geral são diversos e algum che ha prestar. Boa descoberta.

Imagem vectorial de uma mulher falando a um microfone.

ÁLBUM: F&M [2019] (Lindemann)

Presta-me mais do que esperava, a verdade, e acho que é tudo por cantarem em alemão. É-lhes mais acaido que o inglês do primeiro disco, que resultava… forçado e comercial, talvez?


SÉRIE: Spinning Out [2020]

Uma visão séria mas cautivante da patinagem competitiva (desportos profissionais em geral), da complexidade dos trastornos mentais e mesmo das relações de casal. Atrapou-me.

Duas patinadores sobre gelo da série Spinning Out.

JOGO: Starlink: Battle for Atlas [2018]

Nem um bom jogo de exploração (muito espaço vazio e poucas coisas interessantes) nem um bom jogo de naves (não é o Starfox 64). Os bonecos chamam a atenção mas não achegam muito. Esquecível.

Fox McCloud e mais outro paisano saudando-se.

Publicado originalmente em Twitter.

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